“(...) talvez por acreditar no senso comum que teima em afirmar que quanto mais as desgraças se temem menos acontecem, Se isto assim é, então o homem está condenado, por seu próprio interesse, ao pessimismo eterno, como caminho para a felicidade, e talvez, perseverando, atinja a imortalidade pela via do simples medo de morrer.”

José Saramago

José Saramago - “(...) talvez por acreditar no senso...” 1

Similar quotes

“Perguntamo-nos o que viemos cá fazer, que lágrima foi que guardámos para verter aqui, e porquê, se as não chorámos em tempo próprio, talvez por ter sido então menor a dor que o espanto, só depois é que ela veio, surda, como se todo o corpo fosse um único músculo pisado por dentro, sem nódoa negra que de nós mostrasse o lugar do luto.”

José Saramago
Read more

“O que é que se pode fazer por alguém que desistiu de viver, que deixou de acreditar? Talvez a gente só morra quando deixa de acreditar.”

Joaquim Mestre
Read more

“As aparições são, por assim dizer, pedaços ou fragmentos de outros mundos, o seu princípio. É claro que o homem são não tem motivo para vê-las, porque o homem são é o homem mais terreno, e deve viver uma vida terrestre, em harmonia e ordem. Mas quando adoece, ou quando a ordem terrena se altera no organismo, começa imediatamente a se mostrar a possibilidade de outro mundo, e, quanto mais doente, mais em contato com esse outro mundo ele se encontra, de maneira que, quando morre completamente, o homem vai direto para esse mundo”

Fyodor Dostoyevsky
Read more

“Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para morrer e oferecer-se em sacrifício, mas se sacrificam pela terra, para que a terra pertença um dia ao Super-homem.”

Friedrich Nietzsche
Read more

“A maioria das pessoas não tem qualquer interesse real em conhecer a verdade das coisas (mesmo que digam ou finjam o contrário), como se pode constatar facilmente a partir da forma como pensam e vivem as suas vidas. A atitude natural mais comum entre os seres humanos relativamente às questões fundamentais, ou bem que consiste em assumir inconscientemente tê-las resolvido a priori, ou então em acreditar comodamente que não têm solução, sem qualquer necessidade de uma justificação racional e objectiva para o efeito, como se a verdade fosse uma questão de gosto, opinião ou preferência pessoal, ou como se se tratasse de uma escolha subjectiva que cada um livremente pudesse fazer à medida dos seus desejos, interesses e necessidades, e não objecto de uma descoberta racional e objectiva que todos devem fazer, se quiserem realmente saber a verdade. É por isso que questões como a da existência de Deus ou do sentido da vida ficam assim sujeitas ao capricho arbitrário da subjectividade pessoal, das crenças e opiniões particulares, preferindo uns acreditar que sim e outros que não, uns numa coisa e outros noutra, muitas vezes pelas mesmíssimas razões, porque dá jeito e é preciso acreditar em alguma coisa que nos dê certezas e a segurança ilusória de que sabemos muito bem quem somos, donde vimos, para onde vamos e o que fazemos aqui. É claro que isto pode resolver o problema subjectivo de acreditar ou não naquilo que nos convém, mas não resolve o problema objectivo de saber qual é afinal a verdade das coisas.”

João Carlos Silva
Read more