“Não preciso de ser mesmo boa. Só preciso de retirar prazer do que faço. E de saber que tentei.”
“Já não há histórias de amor. No entanto, as mulheres desejam-nas e os homens também, quando não se envergonham de ser ternos e tristes como as mulheres. Uns e outros têm pressa de ganhar e de morrer. Apanham aviões, comboios suburbanos, rápidos de alta velocidade, ligações. Não têm tempo para olhar para aquela acácia cor-de-rosa que estende os ramos para as nuvens intervaladas de seda azul ensolarada (…) Bem se vê que não há tempo sem amor. O tempo é amor pelas pequenas coisas, pelos sonhos, pelos desejos. Não temos tempo porque não temos amor suficiente. Perdemos o nosso tempo quando não amamos. Esquecemos o tempo passado quando nada temos a dizer a ninguém. Ou então estamos prisioneiros de um tempo falso que não passa.”
“Y él, que se había acostado con incontables mujeres, de repente comprendió que hasta ese momento sólo había sido un niño.Porque jamás había sido así.Todo lo anterior había sido su cuerpo. Esto era su alma.”
“Eu preciso que você saiba.Eu preciso que você entenda.Eu preciso que você me ame por causa e apesar de tudo.”
“Muita gente fala que é preciso aprender com o exemplo dos pais e dos professores e coisa e tal. Pode até ser! Não foi o que aconteceu comigo, mas pode ser! Só acho que estão deixando de colocar um fator importante nessa soma de quem nos influencia. Algumas vezes, para um garoto encontrar o caminho certo, é preciso que seu guia, seu modelo inspirador, seja como um reflexo dele mesmo no espelho, alguém com quem consiga se identificar de fato, entende? Refiro-me a se identificar principalmente nessa coisa da idade.”
“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.”
“- Mas tu disseste que quando fosse mais velha podia ser aquilo que quisesse - disse-lhe.Ela sorriu e respondeu:- E podes ser. Mas não é muito fácil tornarmo-nos judeus.- Eu sei - respondi desolada. - Preciso de um número.Ela parou subitamente de sorrir.”