“A Cobiça será sempre como uma agulha de gelo nas pupilas”
“(...) Acho que foi quando percebi o que era a vergonha e também qual era a sua cor. A vergonha não é preta, como a sujidade, como eu sempre pensei que era. A vergonha é da cor de uma farda branca, nova, que a tua mãe engomou toda a noite para poder pagar, ainda branca, sem uma nódoa ou uma pinta de sujidade de trabalho.”
“Hoje, preciso de ti. Depois de nós, nesse tempo, houve uma verdade que ficou parada nos meus olhos: alguém de quem gostamos muito, o amor, ficará nas árvores, continuará a crescer, como uma criança, dentro dos troncos e dos ramos mais finos das árvores.”
“O futuro de Portugal - que não calculo, mas sei - está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas de Bandarra, e também nas quadras de Nostradamus. Esse futuro é sermos tudo. Quem, que seja português, pode viver a estreiteza de uma só personalidade, de uma só nação, de uma só fé?”
“-Você tem um cigarro?-Estou tentando parar de fumar.-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.-Você tem uma coisa nas mãos agora.-Eu?-Eu.”
“Será que uma lágrima podia simbolizar a vida de um humano? De um ser? Nascer, percorrer o seu caminho, fazer as suas escolhas de vida, tomar desvios ou atalhos, para depois, chegar à ravina onde tudo acabava. Frágil ao ponto de qualquer coisa a puder impedir de continuar caminho, um obstáculo que põe fim a tudo. Seria assim a vida, tal como uma lágrima?”