“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”
“Numa ocasião ouvi um cliente habitual comentar na livraria do meu pai que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração.”
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte.”
“O que é se entrega ao que está prestes a ser: tudo, tudo verte em uma arte fractal: pequeninos sonhos como as bases do meu dna.”
“No dia de sua morte, minha avó entregou ao meu pai o relógio de bolso do senhor arcebispo, de ouro maciço, marca Ferrocarril de Antioquia, mas fabricado na Suíça, que conservo até hoje e que passará ao meu filho, como um testemunho e um estandarte (embora eu não saiba do quê), no dia em que eu morrer [60].”
“Iluminado pela claridade natural da existência cultivei ao meu redor uma clareira de revelações, um oásis envolto por uma redoma de carne e osso, meu próprio corpo.”