“[...] daí a alegação de que não havia regra para a completa sanidade mental.”
“Às vezes, eu disse, às vezes, eu tenho a impressão de que o mundo está de costas para o homem, o homem de costas para Deus, Deus de costas para o mundo, uma zorra completa, você não tem?”
“Estava eu a dizer ao António que o cão não passa este inverno - declarou meu pai - para ele era uma sorte se morresse.- Não morre! - disse eu, aflito.Mas Tomás aproximara-se também:Que é que tu esperas do cão? Viveu, tem de morrer.Não havia ali, porém, uma acusação. Havia só o reconhecimento de uma evidência serena. Mas justamente para mim o que era evidente não era a morte, era a vida. Como podia o cão morrer? Como podia morrer a sua pessoa?”
“De modo que não havia mesmo desculpa; não tinha absolutamente nada, exceto o pecado pelo qual a natureza humana o condenava à morte, o pecado de não sentir.”
“Depois da suas preces, o milagre havia acontecido: a Virgem, para não ir contra o livre-arbítrio, tão fundamental para a teologia da Igreja, decidira que, na impossibilidade de mudar o carácter de uma pessoa, apenas restaria a solução de a substituir, mas com as mesmas características que essa mesma pessoa deveria ter.”
“Sempre quis saber o que aconteceu com as crianças depois que voaram para longe...Eram apenas gente de mentira, não de verdade.Mas não significa que não tenham histórias.”