“AndorinhaAndorinha lá fora está dizendo:— "Passei o dia à toa, à toa!"Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!Passei a vida à toa, à toa . . .”

Manuel Bandeira

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“O último poemaAssim eu quereria o meu último poema.Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionaisQue fosse ardente como um soluço sem lágrimasQue tivesse a beleza das flores quase sem perfumeA pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidosA paixão dos suicidas que se matam sem explicação.”


“Porquinho-da-ÍndiaQuando eu tinha seis anosGanhei um porquinho-da-índia.Que dor de coração me davaPorque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!Levava ele prá salaPra os lugares mais bonitos mais limpinhosEle não gostava:Queria era estar debaixo do fogão.Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.”


“Poema de becoQue importa a paisagem, a Glória, a baíaa linha do horizonte?-O que vejo é o beco.”


“NEOLOGISMOBeijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana. Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. Intransitivo: Teadoro, Teodora.”


“DesencantoEu faço versos como quem choraDe desalento... de desencanto...Fecha o meu livro, se por agoraNão tens motivo nenhum de pranto.Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quente,Cai, gota a gota, do coração.E nestes versos de angústia roucaAssim dos lábios a vida corre,Deixando um acre sabor na boca.- Eu faço versos como quem morre.”


“O BICHOVI ONTEM um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.”