“ (...) o artista, quando olhava para a sua infância, sofria uma saudade tão grande, um enternecimento tão comovido... Só nessa época ele fora feliz - tivera tudo. E porquê? Percebera-o nitidamente nesse instante (...): É que, na infância, não possuímos ainda o sentido da impossibilidade; tanto podemos cavalgar um leão como uma abelha...”

Mário de Sá-Carneiro

Explore This Quote Further

Quote by Mário de Sá-Carneiro: “ (...) o artista, quando olhava para a sua infân… - Image 1

Similar quotes

“(...) Eu consegui variar a existência - mas variá-la quotidianamente. Eu não tenho só tudo quanto existe - percebe? - ; eu tenho também tudo quanto não existe. (Aliás, apenas o que não existe é belo.) Eu vivo horas que nunca ninguém viveu, horas feitas por mim, sentimentos criados por mim, voluptuosidades só minhas - e viajo em países longínquos, em nações misteriosas que existem para mim, não porque as descobrisse, mas porque as edifiquei. Porque eu edifico tudo. Um dia hei-de mesmo erguer o ideal - não obtê-lo, muito mais: construí-lo. E já o entrevejo fantástico... e todo esguio... todo esguio... a extinguir-se em altura azul... (...)De resto, é evidente, faltam-me as palavras para lhe exprimir as coisas maravilhosas que não existem... Ah! O ideal... o ideal... Vou sonhá-lo este noite... Porque é sonhando que eu vivo tudo. Compreende? Eu dominei os sonhos. Sonho o que quero. Vivo o que quero.”


“Um artista pode sofrer muito, ser muito infeliz até à morte. Acredito mesmo que entre os artistas se enfileirem alguns dos grandes desgraçados da terra. No entanto, na desventura dum artista - por amarga que ela tenha sido - brilhou sempre um raio de sol. A sua desgraça não foi com certeza a duma existência vazia e desoladora - que é a maior e mais real miséria deste mundo.”


“Eu sou feliz porque tenho tudo quanto quero e porque nunca esgotarei aquilo que posso querer. Consegui tornar infinito o universo - que todos chamam infinito, mas que é para todos um campo estreito e bem murado.”


“-Ouve esta música? É a expressão da minha vida: uma partitura admirável, estragada por um horrível, por um infame executante...”


“O menino dorme. Tudo o mais acabou”


“Vivemos conjugando o tempo passado (saudade, para os românticos) e o tempo futuro (esperança para os idealistas). Uma gangorra, como vês, cheia de altos e baixos - uma gangorra emocional. Isto acaba fundindo a cuca de poetas e sábios e maluquecendo de vez o Homo sapiens. Mais felizes os animais, que, na sua gramática imediata, apenas lhes sobra um tempo: o presente do indicativo. E que nem dá tempo para suspiros...”