“No fim tu hás de ver que as coisas mais leves sãp as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo,um carinho no momento preciso, o folhear de um livro, o cheiro que tinha um dia o próprio vento...”
“Há dias iluminados por pequenas coisas, pequeninos nadas que nos tornam incrivelmente felizes; uma tarde a comprar antiguidades, um brinquedo antigo que encontramos no ferro-velho, uma mão que agarra a nossa mão, um telefonema de que não estávamos à espera, uma palavra doce, o filho que nos abraça sem pedir outra coisa senão um momento de amor.Há dias iluminados por pequenos instantes de graça, um cheiro que nos enche a alma de alegria, um raio de sol que entra pela janela , o barulho de uma chuvada quando ainda estamos na cama, ou a chegada da Primavera e dos seus primeiros rebentos.”
“Ao fim e ao cabo, o que era um livro para mim? Na verdade, o que é que isso interessava? Um dia teria todos os livros do mundo, prateleiras e prateleiras cheias deles. Viveria numa torre de livros. Leria durante todo o dia e comeria pêssegos.”
“Mais do que a separação de corpos, o que pode dar fim a um amor é o distanciamento de percepções: um enxerga o mundo em cores, o outro em preto e branco.”
“O mais interessante em tia Violeta é que ela não tinha um canteiro de violetas.”
“Ninguém quer extraviar um livro. Preferimos perder um anel, um relógio, o chapéu-de-chuva, do que o livro cujas páginas não mais leremos mas que conservam, na sonoridade do seu título, uma antiga e talvez perdida emoção.”