“- Uma coisa é certa, disse Southman, vocês, daquele lado, e nós, deste lado, temos uma única luta, a afirmação dos negros...- Irrita-me, senhor Benjamin, esse discurso da afirmação dos negros.- Irrita-o porquê?- O que diria você se encontrasse uns brancos proclamando o orgulho de serem brancos: não diria que eram nazis, racistas?- Não pode comparar, meu amigo. São percursos diferentes...- Ora, diferentes, diferentes... Por que somos tão complacentes connosco próprios?- A verdade é só uma, afirmou Benjamin, nós, os negros, temos que nos unir...- É o contrário.- O contrário, como? Sugere que nos devemos desunir?- Nós temos que lutar para deixarmos de ser pretos, para sermos simplesmente pessoas.”

Mia Couto

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“O que fizeram esses brancos foi ocuparem-nos.Não foi só a terra: ocuparam-nos a nós,acamparam no meio das nossas cabeças.Somos madeira que apanhou chuva.Agora não acendemos nem damos sombra.Temos que secar à luz de um sol que ainda não há.Esse sol só pode nascer dentro de nós.”


“- Seja que dia for, é bom voltar. Voltar, agora que temos paz...Sem desviar os olhos da penerira, Hanifa Assulua reclamou, em surdina. Eu falava da Paz? Qual Paz?- Talvez para eles, os homens - disse. - Porque nós, mulheres, todas as manhãs continuamos a despertar para uma antiga e infindável guerra.”


“Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinónimos. (...) O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto a vaidade ao que pretendemos que os outros pensem de nós.”


“Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.”


“A Hazel é diferente. Ela caminha com leveza, velhote. Caminha com leveza sobre a Terra. A Hazel sabe a verdade: Somos tão capazes de magoar o universo como de o ajudar, e não é provável que façamos qualquer uma das coisas. As pessoas dirão que é triste que ela deixe uma cicatriz menor, que menos pessoas a recordarão, que ela foi profundamente amada mas de modo menos amplo. Mas não é triste, Van Houten. É triunfante. É heroico. Não será isso o verdadeiro heroísmo? Como dizem os médicos: Em primeiro lugar, não faças mal.Seja como for, os verdadeiros heróis não são as pessoas que fazem coisas; os verdadeiros heróis são as pessoas que reparam nas coisas, que prestam atenção (...)Que mais? Ela é tão bonita. Uma pessoa não se cansa de olhar para ela. Nunca se preocupa se ela é mais esperta do que nós. Sabemos que é. É engraçada sem nunca ser maldosa. Eu amo-a. Tenho tanta sorte por amá-la, Van Houten. Não podemos escolher se somos ou não magoados neste mundo, velhote, mas temos algo a dizer sobre quem nos magoa. Eu gosto das minhas escolhas. Espero que ela goste das dela.Gosto, Augustus.Gosto.”


“A questão é: você já reparou como nós esmagamos uma barata numa boa e não sentimos remorso nenhum, apesar de estarmos na realidade exterminando uma vida? Pois é. Fazemos isso porque não nos identificamos com a barata. Porque ela é muito diferente de nós. [...] Pensando por esse lado, acho que algumas pessoas às vezes tendem a fazer do mesmo jeito com relação a outras. Ou seja, elas veem com distanciamento aqueles com quem não se identificam logo de cara, entende? É como se o estranho, que não faz parte do mesmo grupo que nós, fosse visto como um ser inferior... Quase uma barata!”