“E segundo a moral dos homens? Certos actos nunca serão perdoados. Violação. Pedofilia. Tortura de crianças. Ausência de amor. A pena para isso é a vergonha eterna.”
“Oferecer o corpo como objeto agradavável, dar gratuitamente prazer: é isso o que os ocidentais não sabem mais fazer. Perderam totalmente o senso da doação. Podem até se esforçar, mas não conseguem mais sentir o sexo como algo natural. Não apenas têm vergonha dos próprios corpos, que não estão à altura dos que vemos nos filmes pornôs, mas também, pelo mesmo motivo, não sentem nenhuma atração pelo corpo do outro. É impossivel fazer amor sem um certo abandono, sem a aceitação ao mesmo tempo temporária de um certo estado de dependência e fraqueza. A exaltação sentimental e a obsessão sexual têm a mesma origem, as duas nascem de um certo esquecimento de si mesmo; neste terreno, a gente não pode se realizar sem se perder. As pessoas se tornam frias, racionais, extremamente conscientes da sua existência individual e dos seus direitos (...) realmente não são as condições ideais para fazer amor".”
“Por isso, vos aconselho a que vos distraiais, convidai cada passageiro a contar a sua história; mas se encontrar um só que nunca tenha amaldiçoado a vida e que nunca tenha dito para si mesmo que era o mais infeliz dos homens, deitem-me ao mar de cabeça para baixo!”
“Este mesmo segundo desapareceu para sempre, perdeu-se na massa anónima do irrevogável. nunca mais regressará. Sofro e não sofro com isso. Tudo é único - e insignificante.”
“A vergonha deve ser a principal razão para um homem enlouquecer. A vergonha entra dentro de nós, vive dentro de nós e aparece nos olhos. É aí que se vê a vergonha, a revolver no mais fundo até vir à superfície e nos afogar.”
“Cousa é essa de que ninguem se deve de espantar, porque nunca tal vimos senão ficarem pela maior parto sepultados no mar os que muito labutão no mar, e por isso, amigos meus, o melhor e mais certo é fazer contn da terra, e trabalhar na terra, já que Deos foi servido de nos fazer de terra.”