“Dawson dera um pontapé na terra solta. "Quando se ama uma pessoa, devemos liberta-la. Certo?".Pela primeira vez os olhos dela dardejaram. "E se essa pessoa não quiser ser libertada, vai ser obrigada na mesma? É assim que vês a situação? Como uma espécie de cliché?" Agarrara-o pelo braço, cravando-lhe os dedos. "Nós não somos um cliché. Havemos de encontrar uma solução para que possa funcionar.”
“A vida das pessoas acaba assim e Matilde nem sequer tem consciência de que morreu uma das suas mortes. De cada vez que deixamos de ser percebidos, morremos. Quando somos enterrados deixamos de ser percebidos por toda a gente, mas quando os outros já não olham para nós, ficaram condenados para um número limitado de pessoas, a uma morte em tudo idêntica à outra. A nossa morte não acontece quando somos enterrados, acontece continuamente: os dentes caem, os joelhos solidificam, a pele engelha-se, os amigos partem. Tudo isso é a morte. O momento final é apenas isso, um momento.”
“Sim, é uma horrenda injustiça. Eu faço uma grande distinção entre as pessoas. Escolho os amigos pela aparência, os conhecidos pelo carácter e os inimigos pelo intelecto. Nunca é demais o cuidado que se põe na escolha dos inimigos. Não quero um que seja parvo. Todos eles têm uma certa intelectualidade, e, por conseguinte, todos eles me apreciam. É ser muito vaidoso? Parece-me que é sê-lo um bocadinho.”
“Amanda olhou para ele - Tens de compreender que já não sou a rapariga que era dantes. Sou casada e sou mãe e, tal como toda a gente, não sou perfeita. Debato-me com as escolhas que fiz e cometo erros e passo grande parte do tempo a interrogar-me sobre quem sou realmente ou se a minha vida tem algum significado sequer. Não sou de modo nenhum uma pessoa especial, Dawson, e tens de perceber isso. Tens de compreender que sou apenas... uma pessoa vulgar.”
“Conheço pessoas, conheço cidades, fazendas, montanhas, rios e rochas; sei como sol poente de outono se esparrama pela face de um certo tipo de terra arada; mas qual o sentido de impor uma fronteira a isso tudo, dar-lhe um nome e deixar de amar o lugar onde o nome não se aplica? O que é o amor pelo seu país? É o ódio pelo seu não-país? Então não é uma coisa boa. É apenas amor-próprio? Isso é bom, mas não se deve fazer dele uma virtude ou uma profissão de fé. Na mesma medida que amo a vida, amo as montanhas, mas esse amor não tem uma fronteira traçada pelo ódio."Ursula K. Le Guin, no ótimo "A Mão Esquerda da Escuridão".”
“Há pessoas que se afastam umas das outras quando surgem adversidades. Outras, como nós, aproximam-se ainda mais.”
“Vais encontrar muita gente pela vida fora que diz as palavras certas na altura certa. Mas, ao fim e ao cabo, é pelas suas acções que os deves julgar. São as acções e não as palavras que contam.”