“Fico a pensar quem foi que definiu o homem como um animal racional! Foi a definição mais prematura que já ouvi. O homem é muitas coisas, mas não é racional.”
“(...) cada homem é árbitro de suas próprias virtudes, mas homem algum deve prescrever o que é bom para outro homem; e eu: temporariamente; e ele: foi a palavra mais triste de todas, nada mais no mundo não é desespero até que seja tempo, nem mesmo o tempo, até que foi.”
“O homem não difere do animal senão em saber que o não é. É a primeira luz, que não é mais que treva visível. É o começo, porque ver a treva é ter a luz dela. É o fim, porque é o saber, pela vista, que se nasceu cego. Assim o animal se torna homem pela ignorância que nele nasce”
“Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.”
“Diz-se que o tempo cura tudo. Quem inventou o ditado esperava seguramente ser perdoado de muita coisa, e mesmo havendo séculos que a frase passa de boca em boca, nem por isso se tornou menos estúpida e falsa. O tempo é como um tempero. Um tempero perfeito que aprimora o sabor do que é bom e transforma o que é mau em algo do Demo. Só quem nunca odiou ou foi odiado não sabe como o tempo é uma salgadeira que leveda dias após dia.”
“E por isso acreditava também na grande responsabilidade do livre-arbítrio. Se não houvesse livre-arbítrio, o homem não seria nada, não poderia aspirar a nenhuma dignidade, pois que não teria responsabilidade de que, se queremos que o mundo melhore, devemos fazer por onde ele melhore, já que o mundo é nosso, é do homem e a ele foi dado. Não se pode querer que Deus resolva os problemas do homem, porque, se o fizesse, retiraria do homem a responsabilidade e, por consequência, o livre-arbítrio.”