“OS QUATRO CANTORESPobre Marat em tua casa cercadaestás adiantado um século de nósEnquanto tine a lâmpada lá forae tuas palavras se decompõeescorre-se em sanguetoda a verdade que aprendeste,”
“SADEOlhai-os Maratolhai os antigos donos de todos os bens do mundocomo transformaram em triunfo a sua quedaAgora que lhes roubaram todos os prazeresO cadafalso guarda-os de tédio infindoFelizes sobem as escadascomo se subissem ao tronoNão é o cúmulo da corrupção”
“SADEDesprezo essas manifestações da masaque giram em círculo vicioso(...)Desprezo todas essas boas intençõesque se perdem nas vielasdesprezo todos os sacrifíciosfeitos por alguma coisaSó acredito em mim mesmo.”
“MARATO que é uma banheira de sangueperto do sangue que ainda há de correrUm dia pensamos que algumas centenas de mortos seriam o bastatedepois vimos que mesmo milhares eram insuficientesE hoje não podem mais ser contadosali e em todo lugarem todo lugar(...)SimonneOuço o clamor dentro de mimSimonneEu sou a Revolução.”
“Marat o que aconteceu com nossa RevoluçãoMarat não queremos mais esperar até amanhãMarat continuamos sempre gente pobree queremos hoje as mudanças prometidas.”
“Claro que não sabes (...) E nem sequer queres ver o que está posto na mesa à tua frente. Homens. Se estivesse a chover sopa, estarias lá fora com um garfo.”
“Digo-te, ó sagrado Baal do céu, que não existes. Mas, se existisses, eu te amaldiçoaria de tal modo que esse teu céu palpitaria com o fogo do inferno. Em verdade te digo: ofereci-te meus serviços e tu os recusaste; repeliste-me, e hoje eu te viro as costas para sempre, pois nunca soubeste conhecer a hora da Visitação. Em verdade te digo: sei que vou morrer, e, não obstante, com a morte diante dos olhos, eu te desprezo, ó celeste Ápis. Empregaste contra mim a força, e não sabes que jamais me dobrei perante a adversidade. Pois deverias sabê-lo. Por acaso dormias quando plasmaste meu coração? Em verdade te digo: durante toda a vida, cada gota de sangue em minhas veias sentirá alegria em desprezar-te e escarnecer de tua Graça. A partir deste momento, renuncio a ti, a tuas pompas e tuas obras; lançarei o anátema sobre meu pensamento, se jamais ele te pensar; arrancarei os lábios se jamais eles pronunciarem teu nome. Se existires, digo-te a última palavra da vida e da morte: digo-te adeus. Depois, calo-me, viro-te as costas e sigo meu caminho.”