“As pessoas bondosas desaparecem depressa. Toda a gente gosta muito delas, a morte também. Só os patifes são resistentes. Esses, em geral, morrem velhos e por vezes na própria cama. Em paz.”

Philippe Claudel

Philippe Claudel - “As pessoas bondosas desaparecem...” 1

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“A única coisa que havia ali dentro era uma cama sem colchão, que ele olhava fixamente. Em cima dela, sua mãe teria chorado e tremido de medo. Em cima dela, teria lamentado sua vida, sofrido as dores do ventre e as do coração. Em cima dela, sua mãe teria conhecido sua desimportância, teria entendido que o mundo podia muito bem continuar sem ela. Em cima dela, sua mãe talvez tivesse desejado morrer. Enfim, em cima daquela cama, sua mãe acabou tendo seu encontro fatal com a morte. E, diante dela, se encontrava agora a explicação para toda aquela dor.”

Camilo Gomes Jr
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“Nada mais natural, hoje em dia, do que ver as pessoas trabalharem da manhã à noite e optarem, em seguida, por desperdiçar no jogo, nos cafés e em tagarelices o tempo que lhes resta para viver. Mas há cidades e países em que as pessoas, de vez em quando, suspeitam que exista algo mais. Isso, em geral, não muda a vida delas. Simplesmente houve a suspeita, o que é alguma coisa.”

Albert Camus
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“Os deuses morrem. E, quando morrem mesmo, são esquecidos e ninguém os chora. As ideias são mais difíceis de matar do que as pessoas, mas, no fim, é possível matá-las.”

Neil Gaiman
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“Uma noite fiquei a dormir na tua cama, disse. Entendamo-nos, este homem é oleiro, trabalhador manual portanto, sem finezas de formação intelectual e artística tirando as necessárias ao exercício da sua profissão, de uma idade já mais do que madura, criou-se num tempo em que o mais corrente era terem as pessoas de sofrer, cada uma em si mesma e todas em toda a gente, as expressões do sentimento e as ansiedades do corpo, e se é certo que não seriam muitos os que no seu meio social e cultural poderiam pôr-lhe um pé adiante em matéria de sensibilidade e de inteligência, ouvir dizer assim de supetão, da boca de uma mulher com quem nunca jazera em intimidade, que dormiu, ela, na sua cama dele, por muito energicamente que estivesse a andar em direcção à casa onde o equívoco caso se produziu, por força haveria de suspender o passo, olhar com pasmo a ousada criatura, os homens, confessemo-lo de uma vez, nunca acabarão de entender as mulheres, felizmente que este conseguiu, sem saber bem como, descobrir no meio da sua confusão as palavras exactas que a ocasião pedia, Nunca mais dormirás noutra.”

José Saramago
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“(Sei que andas por aí, oiço os teus passos em certas noites, quando me esqueço e fecho as portas começas a raspar devagarinho, às vezes rosnas, posso mesmo jurar que já te ouvi a uivar, cá em casa dizem que é o vento, eu sei que és tu, os cães também regressam, sei muito bem que andas por aí.)”

Manuel Alegre
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