“Esse ferro bem polido a mim faz-me lembrar, desculpem a divagação, dizia Florita Almada, os óculos escuros de alguns chefes políticos ou de alguns dirigentes sindicais, ou de alguns polícias. Para que tapam eles os olhos?, interrogo-me. Terão passado mal a noite a estudas formas para que o país progrida, para que os operários tenham maior segurança no trabalho ou um aumento salarial, para que a delinquência bata em retirada? Talvez. Não digo que não. Talvez as olheiras deles se devam a isso. Mas o que aconteceria se eu me aproximasse de um deles e lhe os óculos e visse que não têm olheiras? Tenho medo só de imaginar.”