“ ... é estranho, não é, como não se sabe até que ponto alguém faz parte de nós até esse alguém ser ameaçado? E depois achas que não há possibilidade de sobreviveres se alguma coisa lhes acontece, mas a pare mais assustadora é que, na verdade, sobrevives, tens de sobreviver, com eles ou sem eles. Simplesmente não há maneira de saberes em que te tornarás.”
“De que serve uma vida vivida como se não fizesse qualquer diferença para a grande vida do mundo? Não consigo imaginar coisa mais triste. Porque não haveria uma mãe de dizer de si para si, se criar bem esta criança, se a amar e proteger, ela trará alegria aos qye a rodeiam e assim terei mudado o mundo? Porque não haveria o lavrador que planta uma semente de dizer ao vizinho, esta semente que planto hoje irá alimentar alguém, e é assim que hoje mudo o mundo?”
“Como é que se matam saudades não é coisa que se explique de um modo claro. Ele não há ferro nem fogo, corda nem veneno, e todavia as saudades expiram, para a ressurreição, alguma vez antes do terceiro dia. Há quem creia que, ainda mortas, são doces, mais que doces. Esse ponto, no nosso caso, não pode ser ventilado, nem eu quero desenvolvê-lo, como aliás cumpria.”
“- A necessidade de comer e beber é simplesmente o instinto de autoconservação!- Mas não acha que esse instinto de autopreservação por si só é importante? Ora, o instinto de autoconservação é a lei normal da humanidade!- Quem lhe disse isso? Que é uma lei, não há dúvida. Mas não é mais normal do que a lei de destruição, ou mesmo a de autodestruição. Acha que a autoconservação seja a única lei da espécie humana?”
“Tinha andado a manter um silêncio amuado para com ele, esperando avidamente que me perguntasse que bicho me tinha mordido. O problema era que ele não o fazia. Haverá alguma coisa mais provocadora do que esperar que alguém comece uma discussão?”
“Afinal de contas há coisas que, por mais que se tente usar uma voz agradável e umas palavras dóceis, são inalteráveis. A verdade é o que é! E há verdades que não podem ser adoçadas.”
“No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se… Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.”