“E tudo porque eu fora demasiado tolo para ver que aquele que caminha sem saber por entre os segredos de um homem pode mesmo assim ter outros segredos seus.”
“Um homem armado com a palavra certa pode fazer o que um exército de espadachins não pode.”
“De que serve uma vida vivida como se não fizesse qualquer diferença para a grande vida do mundo? Não consigo imaginar coisa mais triste. Porque não haveria uma mãe de dizer de si para si, se criar bem esta criança, se a amar e proteger, ela trará alegria aos qye a rodeiam e assim terei mudado o mundo? Porque não haveria o lavrador que planta uma semente de dizer ao vizinho, esta semente que planto hoje irá alimentar alguém, e é assim que hoje mudo o mundo?”
“Claro que não sabes (...) E nem sequer queres ver o que está posto na mesa à tua frente. Homens. Se estivesse a chover sopa, estarias lá fora com um garfo.”
“Estamos aqui', respondi, e soltei uma gargalhada. Nunca pensara que a ira e o desespero pudessem fazer um homem rir.”
“ ... é estranho, não é, como não se sabe até que ponto alguém faz parte de nós até esse alguém ser ameaçado? E depois achas que não há possibilidade de sobreviveres se alguma coisa lhes acontece, mas a pare mais assustadora é que, na verdade, sobrevives, tens de sobreviver, com eles ou sem eles. Simplesmente não há maneira de saberes em que te tornarás.”
“Eu estava no desconhecido.Guardamos os segredos ao lado de tudo o que não dizemos. Nesse grande sotão escuro há de tudo, há aquilo que não dizemos porque temos medo, porque temos vergonha, porque não somos capazes; há aquilo que não dizemos porque desconhecemos, ignoramos mesmo, apesar de estar lá, em nós. Os segredos são assim. Eles estão lá, podemos visitá-los, assistir a eles, sabemos as palavras exactas para dizê-los e, muitas vezes, temos tanta vontade de contá-los. Mas escolhemos não o fazer.Os segredos estão dento de nós. Como tudo o que sabemos, também os segredos nos constituem. Quando os seguramos, quano somos mais fortes e os contemos, alastram-se em nós.Desde dentro, chegam à nossa pele. Depois, avançam até sermos capazes de os distinguir à nossa volta. E, no silêncio, somos capazes de os reconhecer. Então, nesse momento, já não são apenas os segredos que estão dentro de nós, somos também nós que estamos dentro dos segredos.”