“Proclamava-se ali o fim do mundo, a salvação penitencial, a visão do sétimo dia, o advento do anjo, a colisão cósmica, a extinção do sol, o espírito da tribo, a seiva da mandrágora, o unguento do tigre, a virtude do signo, a disciplina do vento, o perfume da lua, a reivindicação da treva, o poder do esconjuro, a marca do calcanhar, a crucificação da rosa, a pureza da linfa, o sangue do gato preto, a dormência da sombra, a revolta das marés, a lógica da antropofagia, a castração sem dor, a tatuagem divina, a cegueira voluntária, o pensamento convexo, o côncavo, o plano, o vertical, o inclinado, o concentrado, o disperso, o fugido, a ablação das cordas vocais, a morte da palavra.”

Saramago, José

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“Não me cantem canções da luz do dia / Pois o sol é o inimigo dos amantes / Cantem das sombras e da escuridão / E das lembranças da meia-noite.”

Sidney Sheldon
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“O preço do Amor é o resgate da intimidade”

Daniel Pennac
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“A conexão entre o tempo, o inconsciente e o espirito lunar pertence, ainda mais profundamente do que tem sido demonstrado, a natureza essencial da consciência matriarcal. Somente através de uma compreensão adequada do caráter espiritual do arquétipo da lua podemos entender o significado da consciência matriarcal e do “espirito feminino“.”

Erich Neumann
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“De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto.De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez-se o drama.De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente.Fez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.”

Vinicius de Moraes
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“O título [da peça Vladimir Maiakóvski, do autor de mesmo nome] escondia uma revelação brilhantemente simples, a de que o poeta não é o autor, mas o objeto da poesia lírica, dirigindo-se ao mundo na primeira pessoa. O título designava não o autor, mas o conteúdo.Boris Pasternak”

Solomon Volkov
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