“A única coisa que várias vezes tirou Churchill do bom caminho foram paixões políticas e aventuras militares - jamais eróticas. Enquanto político, Churchill nunca foi um calculista frio, mas antes caloroso e apaixonado como poucos. É provável que isso acontecesse porque todo o calor, paixão e mesmo delicadeza que os outros consumiam nas suas vidas privadas acumulavam-se, no caso de Churchill, de forma concentrada e genuína na sua pessoa e acções públicas.”
“Graças a Churchill, não foi a Alemanha que passou a dominar a Europa, mas sim os Estados Unidos e a Rússia. Graças a Churchill, o fascismo deixou de desempenhar qualquer papel significativo no mundo, ficando o liberalismo e o socialismo a travar a luta pela primazia na política interna dos países. (...) Churchill não desejava grande parte destes cenários, embora aceitasse como mal menor num contexto mais pessimista.”
“A diferença nos tempos de decisão pode ser interpretada como um indicador de maiores escrúpulos por parte dos ingleses. Por outro lado, tal diferença podia ter origem na simples vantagem que um ditador tem (em caso de guerra) sobre um governo democrático. Não será de todo injusto afirmar que Churchill estava consciente desta última situação. Nas memórias que escreveria mais tarde nota-se o quanto sofreu com os debates que se prolongaram ao longo de meses, acabando por demorar precisamente o tempo necessário até todo o empreendimento perder o seu sentido estratégico; tudo por causa de decisões tomadas sem convicção e novamente descartadas, do vai e vem, dos compromissos, da necessidade de argumentar justamente onde ele queria decidir e comandar.”
“Quando os graduados [das] famosas escolas inglesas saíam com 18 ou 19 anos para Oxford ou Cambridge, possuíam uma segunda personalidade: normalizada, não sem atrativos, mas artificial - semelhante às árvores podadas dos jardins barrocos franceses.(...)O sistema educativo está mais do que testado e raramente falha. Exerce forças poderosas e terríveis, e o seu poder de sugestão é quase irresistível. Um ou outro poderá quebrar perante a sua força, mas a maioria sobrevive à sua dureza e torna-se mais ou menos solícito, mais ou menos completo, formado e marcado pelo sistema. Anos mais tarde olham em retrospectiva para os anos de escola como se tivessem sido os mais felizes da sua vida.”
“Pensa-se de dia – a – dia. Se começamos a pensar no futuro, no nosso futuro pessoal, perdemos a coragem. E, de repente, lembramo-nos de todas as coisas que fizemos e que foram um desperdício de tempo… os minutos que desperdiçámos e que nunca podemos reaver. E apercebemo-nos de que o tempo é a coisa mais preciosa de todas. Porque o tempo é a vida. É a única coisa que nunca podemos recuperar. É possível perder uma rapariga e quem sabe voltar a conquistá-la… ou encontrar outra. Mas um segundo, este segundo, quando se vai, é irreversível.”
“(...) cada homem é árbitro de suas próprias virtudes, mas homem algum deve prescrever o que é bom para outro homem; e eu: temporariamente; e ele: foi a palavra mais triste de todas, nada mais no mundo não é desespero até que seja tempo, nem mesmo o tempo, até que foi.”
“Isso não é amor. Eu já estive apaixonado, mas isso não é a mesma coisa. Não se trata de um sentimento meu, mas de uma força exterior que se apoderou de mim. Veja, eu fugi porque decidi que tal coisa não poderia acontecer, entende, como uma felicidade que não pode existir na terra; mas lutei contra mim mesmo e vejo que sem isso não existe vida.”