“O amor é aquele estado em que somos nós próprios com mais satisfação.O amor consiste em deixar aos amados espaço para que sejam eles próprios ao mesmo tempo que se lhes dá a segurança no seio da qual esse eu possa florescer.”
“O amor é isso mesmo meu caro Kafka. Tu é que andas sempre nas nuvens e experimentas todos esses sentimentos maravilhosos, do mesmo modo que só tu é que desces ao abismo mais profundo da angústia. E o teu corpo e a tua alma têm de suportar. Estás entregue a ti próprio.”
“Olharam-se nos olhos, como se estivessem nus, um frente ao outro. Despidos e frágeis, como se está sempre diante da possibilidade do amor. Em frente da certeza de que o amor começa a morrer no preciso instante em que dizemos, amo-te. O amor é apenas esse momento.”
“Somos todos mais místicos do que acreditamos ou queremos crer (...). Temos visto mais do que deixamos transparecer, até para nós mesmos. Seja em momentos de beleza ou dor, seja por meio de alguma reviravolta sutil em nossa vida, ao menos vislumbramos o que cegou os santos; só que, ao contrário dos santos, seguimos em frente como se nada tivesse acontecido. Seguir em frente ciente de que algo aconteceu, apesar de não ter certeza do que foi, nem do que fazer com o que ocorreu, é entrar na dimensão da vida de que trata a palavra religião.”
“Preciso mais do que um protetor com as asas sempre prontas a se estenderem sobre mim. Nunca estive tão segura e ao mesmo tempo nunca me senti tão insegura. Para que eu alcance o inatingível e possa provar aos meus sentidos que amar o sobrenatural é natural, Nate precisa amanhecer um lado para que o outro anoiteça. Eu preciso ver o homem que se eclipsa na sombra do anjo.”
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”