“(...) e vendo o animal tão comportado disse, é um rectângulo castanho, um ridículo rectângulo castanho, deve estar cheio de pulgas e chama-se portugal. tem razão, é um bom nome.”
“— Imagine um elefante — disse ele.— Um elefante — disse o garçom.— Imagine dois.— Hum...— Um, não: dois!— Eu sei: dois.— Imagine três. Dez. Vinte.— Vinte elefantes — sorriu o garçom.— Agora, imagine cem, duzentos, mil.— Mil?— Mil. Se você é capaz. De mil, cinqüenta mil, cem mil elefantes. Você é capaz? — ... — Pois agora imagine um milhão. Um milhão de elefantes galopando, um milhão! Já imaginou?— Poeira, hein?— Poeira, nada: elefantes! Um milhão. Um bilhão, chega?— Um bilhão — o garçom repetiu.— Novecentos bilhões. Novecentos e noventa e nove trilhões! de elefantes. Não posso mais. Acho que chega, você que acha?— É muito elefante — concordou o garçom.— É: muito. Pois agora você imagine uma pulga.— Uma pulga — e o garçom suspirou, resignado.— Isso: novecentos e noventa e nove trilhões de elefantes, de um lado: e uma pulga, do outro lado. — Morou?— Não.— É o terror — arrematou ele. — Me dá um uísque”
“Diz o judaísmo que o inefável nome de Deus é composto por quatro letras. Que esse nome é um tabu, que impronunciável. Digo-vos que eles têm razão, e que isto é ciência da mais profunda. As letras que compõe o nome de Deus são quatro: A, T, C, G. Adenina, timina, citosina e guanina. É isso que faz o nosso código, um código gigante, uma palavra tão grande que é impronunciável.”
“O homem, como bom símio, é um animal social e imperam nele o amiguismo, o nepotismo, a trapaça e a mexeriquice comonorma intrínseca de conduta ética. É pura biologia.”
“Deus fez-nos cheios de buracos na alma e o nosso dever é tapá-los todos para navegar. O homem é um bêbedo sempre encostado à parede ou uma criança a fazer tem-tem. Toda a grandeza é um investimento em nós próprios e é por isso que os grandes têm uma grande solidão.”
“É sempre bom lembrarQue um copo vazioEstá cheio de ar”