“Bom dia, tristezaQue tarde, tristezaVocê veio hoje me verJá estava ficandoAté meio tristeDe estar tanto tempoLonge de você”
“Nunca fui covardeMas agora é tardeAmei tantoQue agora nem sei mais chorarVivi te buscandoVivi te encontrandoVivi te perdendoAh, coração, infeliz até quando?Para ser felizTu vais morrer de dorAmei tantoQue agora nem sei mais chorarNunca fui covardeMas agora é tardeÉ tarde demais enfimA solidão é o fim de quem amaA chama se esvai, a noite cai em mim.”
“De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.”
“Sairei de mim mesmo em busca de mim mesmo, em busca de minha imagem perdida nos abismos do desespero, minha imagem de cuja face já não me lembro mais…”
“De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto.De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez-se o drama.De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente.Fez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.”
“Oh, tudo é tão tristeA casa, o jardim, o teu olhar, o meu olhar, o olhar de Deus...”