“Eu te reclamo, te clamo, te amo:― Caro jovem adulto, está na hora de abrires os olhos para o mundo.”
“Só você me amou à primeira leitura e eu? A pornografei.”
“Não evito me partir, pois não só vou como quero ir ao encontro da realidade.”
“Eu me senti tão sozinho no mundo a ponto de esculpir em mim meu equivalente.”
“A guerra civil das consciências irrompeu na calada da noite sobre as cinzas do original em ritmo cataclísmico.”
“Canto uma cadeia de montanhas em erupção.”
“Em ti.Em mim.Em si.Em sim, sim, sim.”
“Entre lágrimas e à beira do abismo eu toco a tessitura tectônica do que existe.”
“Eu me fui e nada restou.”
“Eu cataclismo eu mesmo. Arrancando pelos olhos o coração pulsante do mundo.”
“Eu fiz isto por você, quem quer que eu tenha sido a quem quer que você seja.”
“Quem se foi jamais voltará mas preservo relances, coleciono caricaturas, adoto seu fantasma.”
“Ao se desiludir com o amor se frui a verdade no sangue derramado, no rosto ensopado por lágrimas; e depois? Resta apenas enlouquecer.”
“Ao amar se abandona todas as outras ilusões ao interpenetrá-las umas as outras em um só único olhar atencioso.”
“Ontem eu não existia, nem amanhã existirei; eu sou um eterno hoje à noite.”
“Mas mesmo assim escrevo cartas de amor, grito pedidos de socorro, envio para o espaço sideral meu desespero humano na esperança de chegar aos ouvidos e mãos de quem me entenda.”
“Com este grimório eu me conjuro dos mortos me sentenciando à vida.”
“Deito sobre a mesa de cirurgia, tiro a camisa e leia as minhas vértebras.”
“I overthink.I overfeel.I overlive.I overdie.”
“Tome a minha mão e nos faça inteiro de novo.”
“Mas eu sobrevivi; agora não passo de uma carcaça de cinzas onde até o toque mais gentil, atencioso e amável me desmancharia num borrão sutilmente tóxico.”
“Uma saudade; de quê? De quem?! De ti em mim em si em sim.”
“Eu não estou chorando porque eu perdi, eu estou chorando porque eu nunca tive.”
“Restou um mero resíduo psicossomático do que quer que tenha ocorrido.”
“Vença a desavença.”
“A máquina social esmaga o cidadão, gargareja o suco gástrico e o cospe na face da próxima vítima.”
“Incuti em cada cutícula, emanei via maná, irradiei em alto e bom som as palavras do mais íntimo.”
“Quantos fragores lancinantes de primaveras esvanecerão até o advento do consenso?”
“Me deslumbro em vislumbre.”
“Eu, cnidário gracioso me entrego em carinho adentrando por osmose o fascínio.”
“Aprochego chamego, meigo afago fagocito, cito melodia cativante avante perante eloqüência refrescante.”
“Eu; curioso, interessado e entusiasta; ou seja, estreante ante antepassados de pouca a nenhuma louvabilidade poética ponho sobre meus ombros tantas toneladas de tensão tentacular apenas para te fazer fascinante.”
“Tenso e ocioso desfrutando tamanha declaração de amor, morte e timbre não titubeio ao convidar vossa mão e também corpo inteiro para um seduzente passeio.”
“Sem jornada do herói nem coração de princesa eu prossigo.”
“Rastejo sob ruínas cheias de vida por debaixo das paredes tombadas.”
“Procurando na pele alheia pelo meu sabor você nunca mais me encontrará.”
“Em Manhattan, o cemitério de chiclete banho-me em roupas no SoHo.”
“Depois de tanto estresse me encontro em uma perda total de proporção.”
“Acordado por trovões escancaro os olhos.”
“Ouço a setlist do palhaço.”
“Tomo banho em espumas de spin sob gigantes azuis.”
“Me embalo em redes de spin irradiando surtos de raios gama.”
“Lido na íntegra eu valho alguma coisa.”
“Aos frangalhos eu choro sobre o sangue derramado feixes de dor.”
“Fico de palhoça na madruga porque mereço recreio.”
“Coloro com azul da Frússia o multiverso.”
“Teço sonho enluarado.”
“Enlouquecedor antes de elucidado o assunto exige parecer.”
“Todo reunido pelas circunstâncias atenuantes eu floresço.”
“Eu, o eterno judeu abomino mutilação genital não voluntária.”