“Eu bóio na superfície do mundo inteiro até descobrir onde mergulharei.”
“Até onde eu sei, você pode escolher a forma de contar uma história triste nesse mundo, e nós fomos pela opção divertida...”
“A tua voz indigna ecoa pela minha catedral cerebral incessantemente até eu conseguir diluí-la na escuridão.”
“No encaracolar do teu cabelo eu me cubro por inteiro, no teu bumbum eu deito o rosto e durmo.”
“Regresso a mim, ao meu corpo distinto e classificável onde todo o milagre aconteceu. E pergunto-me, suspenso, como foi possível, como é que uma breve semente abriu assim até essa Voz, até ao silêncio donde essa Voz falou. Frente ao grande sono dos homens que o esqueceram, na atenção inexorável ao sem limite de mim, a minha vigília arde como um fogo assassino. É um fogo alto e poderoso. Lume breve na minha intimidade, na brevidade de um pequeno ser, eu, anónimo e avulso, ocasional e frágil – eu.”
“Estar na Europa era assim. Uma ponte para a infância, que conduzia ao outro lado do oceano, através de florestas, até as paisagens primordiais da minha imaginação. De um jeito ou de outro, eu havia ido a muitos lugares, do México ao Maine - e pensar que tive de ir até a Europa para poder voltar a minha cidade natal, minha lareira, meu quarto onde histórias e lendas pareciam sempre extrapolar os limites municipais. Ali moravam as lendas: na lira, no castelo, no farfalhar das asas dos cisnes.”