“No começo, Liesel não conseguiu dizer nada. Talvez fosse a súbita turbulência do amor que sentiu por ele. Ou será que sempre o tinha amado? Era provável. Impedida como estava de falar, desejou que ele a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si. Não importava onde a beijasse. Na boca, no pescoço, na face. Sua pele estava vazia para o beijo, esperando.”

Markus Zusak

Markus Zusak - “No começo, Liesel não conseguiu dizer...” 1

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“Mas ela sabia, lá no fundo ela sabia. Ela tinha sido um recipiente onde o rei tinha despejado a sua angústia e o seu desespero. Estando tão vazia, ela deixara-se encher pelo negrume dele. Para ele, a criança que dava pontapés e que sonhava dentro dela não era mais do que uma semente que ele tinha plantado por engano, uma erva daninha que tinha de ser arrancada”

Robyn Young
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“Xavier disse-lhe para onde iam. Ela respondeu que naquele quarto estava sua casa, enquanto lá onde Xavier queria levá-la não teria nem seu armário de roupas nem seu pássaro na gaiola. Xavier respondeu que um lar não é um armário de roupas nem um pássaro na gaiola, mas a presença de alguém a quem se ama. Disse-lhe depois que ele mesmo não tinha um lar, ou melhor, para exprimir-se de outra maneira, que seu lar estava nos seus passos, na sua caminhada, nas suas viagens. Que seu lar estava onde se abrissem horizontes desconhecidos.”

Milan Kundera
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“Se pois, é pela imagem, e não por si mesmo, que o esquecimento se enraíza na memória, foi preciso que se achasse presente para que a memória pudesse captar a imagem. Como pôde o esquecimento, quando estava presente, gravar a sua imagem na memória, se ele, com sua presença apaga tudo que lá encontra? Enfim, seja como for, apesar de ser inexplicável e incompreensível o modo como se enraíza de fato, estou certo de que me lembro do esquecimento, que nos varre da memória tudo aquilo de que nos lembramos.”

Santo Agostinho
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“Mas talvez naquele momento ele não tenha sido capaz de nenhum cálculo,o grito que lhe saiu da boca era o grito de sua alma e nele e com ele descarregava anos de longos e secretos remorsos.Ou seja,após uma vida de incertezas,entusiasmos e desilusões,vilezas e traições,posto diante da inelutabilidade de sua ruína,ele decidia professar a fé de sua juventude,sem mais perguntar se era justa ou errada,mas para mostrar a si mesmo que era capaz de alguma fé.”

Umberto Eco
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“Não se pergunte portanto ao poeta o que pensou ou sentiu, precisamente para não ter de o dizer é que ele faz versos. Ficam anuladas todas as disposições em contrário.”

José Saramago
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