“A nobreza”, escreveu Beecher, “reside não em ser-se forte mas no justo uso da força…” o mais nobre é aquele cuja força eleva mais corações atraídos pelo seu próprio coração.”
“Morreu então, mas não teve enterro nem túmulo, pois seu espírito era tão ardente que, no momento em que escapou, o corpo caiu transformado em cinzas e se dissipou como fumaça. E seu semblante nunca mais apareceu em Arda; nem seu espírito deixou os palácios de Mandos. Assim terminou o mais poderoso dos noldor, cujos feitos originaram sua maior fama e suas piores desgraças.”
“Às vezes não é preciso querer magoar as pessoas, para as magoar.”
“A vida é cruel por ter inventado a memória. Como os velhos que recobram em matizes suas lembranças mais antigas, à beira da morte minha memória gravita em torno do sol, e como ele clareia tudo! Tudo é presente, nada está perdido. É como uma força oculta que nos impele para nos estimular de novo: diante da evidência de que não mais haverá futuro, o passado se amplifica, suas raízes engrossam, tudo em mim é rizosfera, as cores se cristalizam sobre cada estrato, a mais insignificante imagem toca o seu absoluto, o coração bate em crescendo.”
“Quando os graduados [das] famosas escolas inglesas saíam com 18 ou 19 anos para Oxford ou Cambridge, possuíam uma segunda personalidade: normalizada, não sem atrativos, mas artificial - semelhante às árvores podadas dos jardins barrocos franceses.(...)O sistema educativo está mais do que testado e raramente falha. Exerce forças poderosas e terríveis, e o seu poder de sugestão é quase irresistível. Um ou outro poderá quebrar perante a sua força, mas a maioria sobrevive à sua dureza e torna-se mais ou menos solícito, mais ou menos completo, formado e marcado pelo sistema. Anos mais tarde olham em retrospectiva para os anos de escola como se tivessem sido os mais felizes da sua vida.”
“O que é sensível tem de morrer pelo fogo, qual borboleta frágil da noite. E é por isso, diz Erika Kohut, que estes dois seres doentes à mais alta escala, isto é, Schumann e Schubert, irmanados pela partilha do mesmo prefixo, são os que têm um lugar mais próximo do meu coração dilacerado. Não o Schumann a quem já todos os pensamentos desertaram, mas o Schumann, mesmo mesmo antes disso ter acontecido! Uma unha negra antes disso! Ele já adivinha a deserção do seu espírito, já sofre com isso até aos seus vasos mais capilares, despede-se já da sua vida consciente, embrenhando-se pelos coros dos anjos e dos demónios, segura-se, porém, mais uma última vez, não mais possuidor da sua total consciência. Ainda um perscrutar nostálgico mais, o luto pela perda do bem mais precioso: ele próprio. A fase em que ainda se sabe o que em si próprio se perde, antes de renunciar por completo.”
“Deus vê nos corações e não precisa de que alguém absolva em seu nome, e se os pecados forem tão grandes que não devam passa sem castigo, este virá pelo caminho mais curto, querendo o mesmo Deus, ou serão julgados em lugar próprio,quando o fim dos tempos chegar, se, entretanto, as boas acções não compensarem por si mesmas as más”