“As metáfora são a maneira de nos perdermos nas aparências ou de ficarmos imóveis no mar das aparências. Nesse sentido, uma metáfora é como um salva-vidas. E não se deve esquecer que há salva-vidas que boiam e salva-vidas que vão direto para o fundo. É bom nunca esquecer isso.”

Roberto Bolaño

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“Esse ferro bem polido a mim faz-me lembrar, desculpem a divagação, dizia Florita Almada, os óculos escuros de alguns chefes políticos ou de alguns dirigentes sindicais, ou de alguns polícias. Para que tapam eles os olhos?, interrogo-me. Terão passado mal a noite a estudas formas para que o país progrida, para que os operários tenham maior segurança no trabalho ou um aumento salarial, para que a delinquência bata em retirada? Talvez. Não digo que não. Talvez as olheiras deles se devam a isso. Mas o que aconteceria se eu me aproximasse de um deles e lhe os óculos e visse que não têm olheiras? Tenho medo só de imaginar.”


“Canetti e creio que também Borges, dois homens tão diferentes, disseram que assim como o mar era o símbolo ou o espelho dos ingleses, o bosque era a metáfora onde viviam os alemães.”


“Compreendo o senhor, disse Marco Antonio Guerra. Quero dizer, se não me engano, creio que o compreendo. O senhor é como eu e eu sou como o senhor. Não estamos à vontade. Vivemos num ambiente que nos asfixia. Fazemos como se não acontecesse nada, mas acontece sim. O que acontece? Nos asfixiamos, caralho. O senhor se desafoga como pode.”


“A leitura é prazer e alegria de estar vivo ou tristeza de estar vivo, e sobretudo é conhecimento de perguntas. [...] É necessário haver muitos livros, muitos pinheiros enfeitiçantes, para que velem de olhares avessos o livro que realmente importa, a porra da gruta da nossa desgraça, a flor mágica do inverno!”


“Se acredito num velhote que vive nas nuvens, com uma barba branca e que nos julga com um código moral numerado de um a dez? Deus do céu, não, Elly, não acredito! Já teria sido expulso desta vida há muitos anos devido à minha história atribulada. Se acredito num mistério; no inexplicável fenómeno que é a própria vida? Na entidade grandiosa que ilumina as incongruências das nossas vidas, que nos dá coisas pelas quais nos devemos esforçar e também a humildade para nos recompormos e recomeçarmos tudo de novo? Então sim, nisso acredito. É a fonte da arte, da beleza, do amor e professa a derradeira bondade para com os seres humanos. Para mim, isso é Deus. Para mim, isso é vida. É nisso que acredito.”


“- Escute mais isso. Por outro lado, forças jovens, frescas, sucumbem em vão por falta de apoio, e isso aos milhares, e isso em toda parte! Cem, mil boas ações e iniciativas que poderiam ser implementadas e reparadas com o dinheiro da velha, destinado a um mosteiro! Centenas, talvez milhares de existências encaminhadas; dezenas de famílias salvas da miséria, da desagregação, da morte, da depravação, das doenças venéreas - e tudo isso com o dinheiro dela. Mate-a e tome-lhe o dinheiro, para com sua ajuda dedicar-se depois a servir toda a humanidade e a uma causa comum: o que você acha, esse crime ínfimo não seria atenuado por milhares de boas ações? Por uma vida - milhares de vidas salvas do apodrecimento e da degeneração. Uma morte e cem vidas em troca - ora, isso é uma questão de aritimética.”